quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Política – Arte do Bem Comum


Definiu o Papa Francisco “Política é o dom supremo da Caridade”, mas como entendermos esta afirmação quando olhamos para uma política suja, com grandes espertezas, desvios e corrupções. Somos tentados a olhar para ela e dizer que “odeio” política, não quero nem saber.

A Política é a arte do BEM COMUM, é arte porque necessita de dons e talentos, é através dela que se organiza uma sociedade, os vários interesses e perspectivas.

Ao se afastar deste ideal do BEM COMUM a pessoa de bem, com talento a caridade e organização entrega a Política para pessoas sem escrúpulos e que visa somente seus interesses ou de grupos.

Papa Francisco afirma que “Para o cristão, é uma obrigação envolver-se na política, não se pode lavar as mãos”, pergunta ainda: “É fácil dizer que a culpa é do outro, mas o que estou fazendo? É um dever trabalhar para o bem comum, é dever do cristão”.

O convite que fazemos em nossa paróquia para este ano é que participe ativamente. Apoie um candidato a vereador de forma direta, conheça suas propostas e veja o que já faz e o que propõe. Não venda seu voto, não busque favores, se não tem candidato pergunte a um amigo de sua confiança, deixe que o candidato saiba que o apoia e que cobrará sua postura na Política.

Seja um cristão que se compromete com sua comunidade, e ao indicar um candidato tenha clareza que será bom. Não vote apenas por favor ou porque o candidato faz favores.

As eleições municipais é uma grande oportunidade para resgatarmos nossa Política. Fazer não somente uma política representativa que entregamos a alguém e lavamos as mãos, mas fazer uma Política Participativa onde além de votar participemos ativamente das organizações sociais, dos conselhos e dos movimentos, para que a Política de fato ajude a organizar, e dar vida digna as pessoas.  

A Cartilha de Orientação PolíticaA Igreja e as Eleições 2016O cidadão consciente participa da política da CNBB é um material importante para nos prepararmos bem para “retomar” a Política. Vejamos alguns pontos da cartilha:

A cidadania não se esgota no direito-dever de votar, mas se dá também no acompanhamento do mandato dos eleitos”  - Neste ponto tempos que tomar gosto pelo empoderamento político, participar ativamente de nossa sociedade, opinar nas estancias certas, falar com nossos representantes.

Uma cobrança que se faz a Igreja é se ela tem candidato, na cartilha encontramos “ A Igreja Católica não assume nenhuma candidatura, mas incentiva os cristãos leigos e leigas, tem têm vocação para a militância político-partidária, a se lançarem candidatos” – neste ponto temos que ver se em nossa comunidade tem candidato católico e como ele já participa, sua atuação pastoral e se suas atitudes são coerentes com esta missão, se for apoio e indique.

O Bom eleitor na cartilha:

É uma pessoa honesta – não vende seu voto, nem troca por favores, respeita os adversários políticos / deixa a liberdade de escolha / analisa a pessoa do candidato e programa / compromete-se com a comunidade.

Vamos olhar a Política com novos olhos e atitudes, limpa-la desta lama que esta. A política participativa depende de cada um de nós, indo à ela com a missão evangélica, anunciar e construir a boa nova, a boa política.

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Participação Social – Chamados a missão de cuidar da criação.


Há algum tempo participo das Pastorais Sociais, em especial da Campanha da Fraternidade, onde a cada ano, aprofundamos temas bíblicos ligados à questões sociais. Percebo que na cidade de Guarulhos, não temos conseguido implantar novos projetos a partir de políticas públicas, e nem mesmo provocar mudanças pessoais.

Participando nas Pastorais Sociais no âmbito diocesano e paroquial, também vejo a luta diária de cada agente, e a forma como se entregam na missão.  Porém é notável a necessidade de novos agentes, tendo em vista as lutas de cada dia, emerge o comprometimento de novos agentes e mudanças reais na realidade dos “assistidos”.

Fui convidado para assessorar um dos encontros da Semana de Formação Diocesana com o tema “Uma Igreja Misericordiosa à luz da Doutrina Social”. Interessante que ao refletir o tema juntamente com a equipe, na sua maioria padres da Diocese, conhecedores da Palavra, com aprofundamento em seus estudos acadêmicos e principalmente com a realidade social que lhes foram confiados, vimos a dificuldade de relacionar a fé e os textos bíblicos, com o tema da Misericórdia.  Sentimos a real necessidade de meditar a Misericórdia como a presença do próprio Deus que sente o sofrimento do seu povo, e neste sentido compreendemos que não é possível falar de Misericórdia sem olhar a vida e as mudanças sociais com a radicalidade que o Evangelho nos pede, tendo como fonte a palavra da Igreja a partir das obras Corporais e Espirituais.

A partir disso surgem inquietações: Como nos alimentar todo domingo da Palavra de Deus e da Eucaristia; fazer o encontro pessoal com o ressuscitado, e depois acolhido pelo próprio Mestre ser enviado por ele a praticar a Misericórdia, e não nos comprometermos em resgatar a dignidade a seus filhos e construir um mundo mais justo e solidário?
A experiência deste estudo contribuiu para uma decisão pessoal, de participar mais ativamente das ações sociais, dos movimentos, conhecer àqueles que lutam por um mundo melhor, e por tantas motivações, não necessariamente religiosas.
 Me sinto ainda provocado pelas palavras de nossos bispos: Dom Joaquim Justino (in memorian) que nos dizia: “Quero uma pastoral que proponha e que não fique chorando”; Dom Edimilson motivou os leigos coordenadores das Pastorais Sociais para uma formação que favoreça a espiritualidade do seguimento de Jesus. Dizia ele, que “este pode ser um caminho para a participação de mais agentes dispostos a dar à vida em favor da vida de muitos sofredores”.


Hoje compreendo o que nossos dois pastores quiseram dizer, e me sinto um agente de pastoral mais comprometido a partir das provocações da Semana de Formação Diocesana 2016.
E afirmo isso porque estou participando do Fórum da Saúde com um assunto muito importante que é o Hospital Stela Maris. Acompanhando as dificuldades e lutas no hospital Pimentas, e do caos da saúde em Guarulhos, como Pastorais Sociais realizamos o Movimento na cidade e passeata para exigir mais hospitais, atendimento de qualidade, mais médicos e postos de saúde, mas não foi o suficiente. Sabemos que é necessário exigir sempre e mais!
Nós agentes das Pastorais Sociais não somos poucos e ainda podemos contar com muitas outras pessoas de bem que procuram dar sua contribuição. E nós, como leigos engajados na Igreja Católica precisamos contribuir de forma participativa e deliberativa nas questões de Politicas Publicas, pois como o Papa Francisco nos ensina: “A Política é o Dom Supremo da Caridade e é através dela que podemos construir uma sociedade melhor”.

O desafio, como nos estudos da Semana de Formação é saber como colocar em prática, como sair fortalecido da missa e ir em missão.
Em nossa última reunião das Pastorais Sociais, dia 08 de agosto,  o Padre Frizzo assessor diocesano da Pastoral Fé e Política, trouxe a proposta que surgiu dos vários encontros da Escola de Fé e Política, que é a discussão de Planos de Metas para a cidade, fazer o “empoderamento” político das pessoas, a partir de vários temas relacionados as necessidades sociais.

De imediato pensei, como será possível colocar isso em prática? Mas logo percebi que é a mesma dificuldade de transpor a fé, para a fé e vida. É preciso acreditar nos dons que Deus nos dá e deixar-se lapidar por Ele.

Também resolvi apoiar ou indicar candidatos a vereados entendendo que é necessário ter pessoas comprometidas com as ações sociais, e imbuídos da vocação de servir ao próximo pelo dom na atividade política. Os critérios que tentei usar foi de selecionar pessoas que já atuam como agentes transformadores, e especialmente como cristãos atuantes. Então decidi apoiar o Mauricio Coruja e o Artur do A-Sol.





Este blog é para abrir um debate saudável e respeitoso a partir dos temas apresentados acima e de outros temas que, com certeza surgirão.  Convido você para entrar nesta roda de conversa, juntos trocando ideias e crescendo na fé, com a missão de ser uma Igreja samaritana, de ajudar a tirar esta tábua de pregos que tanto ferem nossos irmãos e irmãs sofredores e a nós, nas necessidades do dia a dia.

Caminhemos com Jesus, oferecendo nossa contribuição para a transformação deste para um mundo mais justo e fraterno. Sonho de Deus!!